sexta-feira, 1 de novembro de 2019

RESENHA: DRÁCULA, DE BRAM STOKER


Drácula, juntamente com Frankenstein, de Mary Shelley, e O médico e o Monstro, de Robert Louis Stevenson é uma das obras mais relevantes de terror na literatura e, com certeza, a mais famosa com a temática de vampiros, neste caso não apenas na literatura mas também no cinema. O irlandês Abraham Stoker, mais conhecido como Bram Stoker, publicou esta obra em 1897.
O protagonista, o famoso conde Drácula, foi baseado no personagem histórico Vlad III, conhecido como O Empalador devido à crueldade com que matava seus inimigos, ou como Drácula, já que era filho de Vlad II Dracul, assim conhecido por ter pertencido à Ordem do Dragão. O sobrenome vem da palavra draco que significa dragão em latim ou diabo em romeno. Vlad III nasceu na Transilvânia, atual região da Romênia e foi Príncipe da Valáquia.
Bram Stoker não inventou os vampiros. Baseou-se apenas em lendas, mas sua obra foi fundamental para que essa crendice ganhasse repercussão e se estabelecesse como uma das figuras folclóricas mais conhecidas no mundo. Praticamente tudo que hoje conhecemos sobre vampiros está registrado em Drácula: seu hábito de dormir em caixões, seu poder de se transformar em morcego ou cão, sua força sobrenatural, o fato de não refletir nos espelhos, a necessidade de permissão para entrar em uma casa pela primeira vez e os seus pontos fracos: alho, objetos sagrados como hóstias, crucifixos e água benta, entre outros.
No livro, a narrativa é epistolar, ou seja, se utiliza de cartas, diários, mensagens, relatos, notícias entre vários gêneros textuais para compor o enredo. Essa técnica apresenta ao leitor diversos pontos de vista, além da possibilidade de ir construindo a história juntamente com os personagens.
Vários personagens de elevada conduta moral são apresentados. Em especial, Mina, uma moça muito inteligente que logo se casará com Jonathan. Além deles, destaco Lucy, amiga de Mina, uma das primeiras vítimas do vampiro e o Dr. Seward que juntamente com o Dr. Van Helsing irá investigar a misteriosa chegada de Drácula em Londres.
A história tem início quando Jonathan vai à Cárpatos em função de seu trabalho como advogado para atuar em interesse do Conde Drácula que está preparando a sua mudança para Londres e acaba sendo aprisionado. Acaba percebendo várias atitudes estranhas e até sobrenaturais ao seu redor. O diário do advogado é interrompido e a narrativa passa a dar ênfase à Lucy que começa a sofrer de sonambulismo, fato que coincide com a misteriosa chegada de uma embarcação russa cujo único tripulante é o capitão já morto amarrado ao leme. Desse navio, salta um cão que se perde na mata e não é mais visto. A partir disso, muitos fatos estranhos começam a ocorrer.
A chegada do navio também é um importante momento da narrativa quanto ao uso da linguagem típica do romance gótico: quando Drácula aporta, uma tempestade é minuciosamente detalhada misturando o ambiente sombrio próprio do personagem relacionado ao mal, com uma atmosfera de escuridão, névoa e frio.
O restante da narrativa deixo para que vocês leiam e descubram porque a grande graça de qualquer obra é a experiência da leitura. Espero que com as minhas palavras eu tenha despertado o desejo de ler. Recomendo muito esta obra

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