sexta-feira, 29 de abril de 2011

Desordem no Tribunal

Advogado : Qual é a data do seu aniversário?


Testemunha: 15 de julho.

Advogado : Que ano?

Testemunha: Todo ano.

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Advogado : Essa doença, a miastenia gravis, afeta sua memória?

Testemunha: Sim.

Advogado : E de que modo ela afeta sua memória?

Testemunha: Eu esqueço das coisas.

Advogado : Você esquece... Pode nos dar um exemplo de algo que você tenha esquecido?

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Advogado : Que idade tem seu filho?

Testemunha: 38 ou 35, não me lembro.

Advogado : Há quanto tempo ele mora com você?

Testemunha: Há 45 anos.

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Advogado : Qual foi a primeira coisa que seu marido disse quando acordou aquela manhã?

Testemunha: Ele disse, 'Onde estou, Bete?'

Advogado : E por que você se aborreceu?

Testemunha: Meu nome é Célia.

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Advogado : Seu filho mais novo, o de 20 anos....

Testemunha: Sim.

Advogado : Que idade ele tem?

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Advogado : Sobre esta foto sua... o senhor estava presente quando ela foi tirada?

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Advogado : Então, a data de concepção do seu bebê foi 08 de agosto?

Testemunha: Sim, foi.

Advogado : E o que você estava fazendo nesse dia?

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Advogado : Ela tinha 3 filhos, certo?

Testemunha: Certo.

Advogado : Quantos meninos?

Testemunha: Nenhum

Advogado : E quantas eram meninas?

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Advogado : Sr. Marcos, por que acabou seu primeiro casamento?

Testemunha: Por morte do cônjuge.

Advogado : E por morte de que cônjuge ele acabou?

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Advogado : Poderia descrever o suspeito?

Testemunha: Ele tinha estatura mediana e usava barba.

Advogado : E era um homem ou uma mulher?

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Advogado : Doutor, quantas autópsias o senhor já realizou em pessoas mortas?

Testemunha: Todas as autópsias que fiz foram em pessoas mortas...

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Advogado : Aqui na corte, para cada pergunta que eu lhe fizer, sua resposta deve ser oral, Ok? Que escola você freqüenta?

Testemunha: Oral..

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Advogado : Doutor, o senhor se lembra da hora em que começou a examinar o corpo da vitima?

Testemunha: Sim, a autópsia começou às 20:30 h.

Advogado : E o sr. Décio já estava morto a essa hora?

Testemunha: Não... Ele estava sentado na maca, se perguntando porque eu estava fazendo aquela autópsia nele.

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Advogado : O senhor está qualificado para nos fornecer uma amostra de urina?

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Advogado : Doutor, antes de fazer a autópsia, o senhor checou o pulso da vítima?

Testemunha: Não.

Advogado : O senhor checou a pressão arterial?

Testemunha: Não.

Advogado : O senhor checou a respiração?

Testemunha: Não.

Advogado : Então, é possível que a vítima estivesse viva quando a autópsia começou?

Testemunha: Não.

Advogado : Como o senhor pode ter essa certeza?

Testemunha: Porque o cérebro do paciente estava num jarro sobre a mesa.

Advogado : Mas ele poderia estar vivo mesmo assim?

Testemunha: Sim, é possível que ele estivesse vivo e cursando Direito em algum lugar !!!


Essas pérolas foram retiradas do livro "Desordem no Tribunal", de Charles M. Sevilla. Recebi por e-mail e achei muito interessante para refletir sobre interpretação e sentidos que se formam a partir do contexto, mesmo não estando inseridos com todas as letras no texto. Por exemplo: não é preciso dizer que uma pessoa está morta, o simples fato de se saber que sofreu uma autópsia, já indica esse fato.

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