sábado, 9 de abril de 2011

A GUERRA E O DESESPERO

As guerras tem aparentemente o fim de destruir o inimigo. O que elas conseguem afinal é destruir parte da humanidade – quando esta é atingida da psicose do suicídio. Isso não quer dizer que cada uma das partes se suicide pessoalmente. Nada de covardias. Para salvar as aparências cada uma delas suicida a outra. Seria ridículo atribuir qualquer idéia de expurgo à Natureza – com N maiúsculo. E, por outro lado, seria humor negro atribuí-lo a insondáveis desígnios da Divina Providência.



Deixemos as maiúsculas em paz. Agora, o último pretexto invocado é o das guerras ideológicas. Muito bonito! Mas quem foi que disse que se trata de idéias? Trata-se de convicções. As quais nada tem a ver com a lógica.


Eis um exemplo das convicções: eu sou gremista, tu és colorado. Ora, duvido que qualquer um de nós descubra alguma razão lógica para isso.


Agora, passando para um domínio mais amplo, universal, vamos procurar um exemplo das idéias.


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Esta linha de pontinhos quer dizer que ainda estou procurando. Em todo o caso, tenho que confessar que usar de idéias para examinar as guerras e as guerrilhas é recorrer a um instrumento inadequado – assim como quem se servisse de um microscópio para distinguir um rinoceronte que já vem vindo a toda pra cima da gente.


- E então, ó homo sapiens, que vais fazer nesta situação desesperada?


-Ora, alistar-me...Toda a opção é um ato de desespero.


Mário Quintana (A vaca e o hipógrafo)

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