sábado, 9 de abril de 2011

A GUERRA E O DESESPERO

As guerras tem aparentemente o fim de destruir o inimigo. O que elas conseguem afinal é destruir parte da humanidade – quando esta é atingida da psicose do suicídio. Isso não quer dizer que cada uma das partes se suicide pessoalmente. Nada de covardias. Para salvar as aparências cada uma delas suicida a outra. Seria ridículo atribuir qualquer idéia de expurgo à Natureza – com N maiúsculo. E, por outro lado, seria humor negro atribuí-lo a insondáveis desígnios da Divina Providência.



Deixemos as maiúsculas em paz. Agora, o último pretexto invocado é o das guerras ideológicas. Muito bonito! Mas quem foi que disse que se trata de idéias? Trata-se de convicções. As quais nada tem a ver com a lógica.


Eis um exemplo das convicções: eu sou gremista, tu és colorado. Ora, duvido que qualquer um de nós descubra alguma razão lógica para isso.


Agora, passando para um domínio mais amplo, universal, vamos procurar um exemplo das idéias.


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Esta linha de pontinhos quer dizer que ainda estou procurando. Em todo o caso, tenho que confessar que usar de idéias para examinar as guerras e as guerrilhas é recorrer a um instrumento inadequado – assim como quem se servisse de um microscópio para distinguir um rinoceronte que já vem vindo a toda pra cima da gente.


- E então, ó homo sapiens, que vais fazer nesta situação desesperada?


-Ora, alistar-me...Toda a opção é um ato de desespero.


Mário Quintana (A vaca e o hipógrafo)

MINHA ALMA (A PAZ QUE EU NÃO QUERO)

A minha alma tá armada e apontada


Para cara do sossego!

(Sêgo! Sêgo! Sêgo! Sêgo!)

Pois paz sem voz, paz sem voz

Não é paz, é medo!

(Medo! Medo! Medo! Medo!)


As vezes eu falo com a vida,

As vezes é ela quem diz:


"Qual a paz que eu não quero conservar,

Prá tentar ser feliz?"


As grades do condomínio

São prá trazer proteção

Mas também trazem a dúvida

Se é você que tá nessa prisão


Me abrace e me dê um beijo,

Faça um filho comigo!

Mas não me deixe sentar na poltrona

No dia de domingo, domingo!


Procurando novas drogas de aluguel

Neste vídeo coagido...

É pela paz que eu não quero seguir admitindo


É pela paz que eu não quero seguir

É pela paz que eu não quero seguir

É pela paz que eu não quero seguir admitindo


Composição: Marcelo Yuca

O ÚLTIMO DISCURSO


Sinto muito, mas não pretendo ser um imperador. Não é esse o meu ofício. Não pretendo governar ou conquistar quem quer que seja. Gostaria de ajudar – se possível – judeus, o gentio... negros... brancos.


Todos nós desejamos ajudar uns aos outros. Os seres humanos são assim. Desejamos viver para a felicidade do próximo – não para o seu infortúnio. Por que havemos de odiar e desprezar uns aos outros? Neste mundo há espaço para todos. A terra, que é boa e rica, pode prover a todas as nossas necessidades.

O caminho da vida pode ser o da liberdade e da beleza, porém nos extraviamos. A cobiça envenenou a alma dos homens... levantou no mundo as muralhas do ódio... e tem-nos feito marchar a passo de ganso para a miséria e os morticínios. Criamos a época da velocidade, mas nos sentimos enclausurados dentro dela. A máquina, que produz abundância, tem-nos deixado em penúria. Nossos conhecimentos fizeram-nos céticos; nossa inteligência, empedernidos e cruéis. Pensamos em demasia e sentimos bem pouco. Mais do que de máquinas, precisamos de humanidade. Mais do que de inteligência, precisamos de afeição e doçura. Sem essas virtudes, a vida será de violência e tudo será perdido.

A aviação e o rádio aproximaram-nos muito mais. A própria natureza dessas coisas é um apelo eloqüente à bondade do homem... um apelo à fraternidade universal... à união de todos nós. Neste mesmo instante a minha voz chega a milhares de pessoas pelo mundo afora... milhões de desesperados, homens, mulheres, criancinhas... vítimas de um sistema que tortura seres humanos e encarcera inocentes. Aos que me podem ouvir eu digo: “Não desespereis! A desgraça que tem caído sobre nós não é mais do que o produto da cobiça em agonia... da amargura de homens que temem o avanço do progresso humano. Os homens que odeiam desaparecerão, os ditadores sucumbem e o poder que do povo arrebataram há de retornar ao povo. E assim, enquanto morrem homens, a liberdade nunca perecerá.

Soldados! Não vos entregueis a esses brutais... que vos desprezam... que vos escravizam... que arregimentam as vossas vidas... que ditam os vossos atos, as vossas idéias e os vossos sentimentos! Que vos fazem marchar no mesmo passo, que vos submetem a uma alimentação regrada, que vos tratam como gado humano e que vos utilizam como bucha de canhão! Não sois máquina! Homens é que sois! E com o amor da humanidade em vossas almas! Não odieis! Só odeiam os que não se fazem amar... os que não se fazem amar e os inumanos!

Soldados! Não batalheis pela escravidão! Lutai pela liberdade! No décimo sétimo capítulo de São Lucas está escrito que o Reino de Deus está dentro do homem – não de um só homem ou grupo de homens, ms dos homens todos! Está em vós! Vós, o povo, tendes o poder – o poder de criar máquinas. O poder de criar felicidade! Vós, o povo, tendes o poder de tornar esta vida livre e bela... de faze-la uma aventura maravilhosa. Portanto – em nome da democracia – usemos desse poder, unamo-nos todos nós. Lutemos por um mundo novo... um mundo bom que a todos assegure o ensejo de trabalho, que dê futuro à mocidade e segurança à velhice.

É pela promessa de tais coisas que desalmados têm subido ao poder. Mas, só mistificam! Não cumprem o que prometem. Jamais o cumprirão! Os ditadores liberam-se, porém escravizam o povo. Lutemos agora para libertar o mundo, abater as fronteiras nacionais, dar fim à ganância, ao ódio e à prepotência. Lutemos por um mundo de razão, um mundo em que a ciência e o progresso conduzam à ventura de todos nós. Soldados, em nome da democracia, unamo-nos!

Hannah, estás me ouvindo? Onde te encontrares, levanta os olhos! Vês, Hannah? O sol vai rompendo as nuvens que se dispersam! Estamos saindo da treva para a luz! Vamos entrando num mundo novo – um mundo melhor, em que os homens estarão acima da cobiça, do ódio e da brutalidade. Ergue os olhos, Hannah! A alma do homem ganhou asas e afinal começa a voar. Voa para o arco-íris, para a luz da esperança. Ergue os olhos, Hannah! Ergue os olhos!

Charles Chaplin em "O Grande Ditador"

MÚLTIPLAS ESCOLHAS

1) Você faz o vestibular. Você:


a) passa.

b) não passa.

2) Você passa no vestibular. Você:

a) comemora com colegas que também passaram, abraça todo mundo, grita, quando vê está pulando no mesmo lugar abraçado a uma menina que você nunca viu e que se chama Maria Cristina.

b) comemora com seus familiares, faz todo o seu curso sonhado de Engenharia, custa a arranjar emprego, finalmente se associa a um primo e abre uma lavanderia, casa, tem filhos, netos, uma vida razoável e morre de uma falha do coração artificial em 2044.

3) Você não passa no vestibular. Você:

a) pensa em se matar, pensa em se dedicar ao crime, finalmente decide fazer um curso técnico, torna-se líder sindical, depois entra na política, acaba sendo o segundo torneiro mecânico eleito presidente na História do Brasil.

b) tenta de novo, e de novo, e de novo e acaba casando com uma viúva rica que é, inclusive, dona de uma universidade.

4) A Maria Cristina lhe dá seu telefone. Você:

a) não liga para ela, nunca mais a vê, e sai desta história incólume.

b) liga para ela, e vocês combinam se encontrar, apesar do seu pressentimento de que aquele sinalzinho que ela tem perto do canto da boca não pode dar em boa coisa.

5) Você e a Maria Cristina se encontram, na casa dela. Ela:

a) está sozinha em casa.

b) está com o pai, a mãe, um irmão/armário, duas tias grandes e um pit bull e nada acontece.

6) Ela está sozinha em casa. Vocês:

a) se amam loucamente e juram que nunca mais vão se separar.

7) Vocês se amam loucamente e juram que nunca mais vão se separar. Você:

a) a pede em casamento, e ela aceita.

8) Você a pede em casamento e ela aceita. Você:

a) chega em casa com a notícia, a sua família não concorda, diz que aquilo é uma loucura, que vocês são muito jovens, que precisam pensar, que onde se viu, que não contem com o dinheiro deles, que você vai jogar a sua vida fora por um sinalzinho perto do canto da boca, que blablablá, e você sai dizendo que vai fugir com ela e pronto e bate a porta.

b) chega em casa com a notícia, que causa um escândalo, e você se convence que seria loucura mesmo, que o melhor é namorarem, os dois terminarem a faculdade, e no fim, se o amor ainda existir, pensarem no que fazer, e sua história também termina aqui.

9) Você a pede em casamento, ela diz que é melhor dar um tempo, você concorda, mas semanas depois ela diz que está grávida. Você:

a) casa com ela.

b) foge para Curitiba.

10) Você a pede em casamento, ela aceita, seus pais não aceitam, os pais dela não aceitam, você foge com ela. Você:

a) é obrigado a desistir de estudar e acaba vendendo artesanato na calçada para sustentá-la, sentindo que jogou a sua vida fora e lamentando a comemoração do maldito vestibular.

b) e ela vão viver em Santa Catarina, amam-se loucamente, mas voltam duas semanas depois, a tempo de se inscrever em suas respectivas faculdades, e ficam bons amigos.

11) Ela diz que está grávida e vocês decidem se casar, com a bênção resignada das famílias. Você: a) usa a ajuda que recebeu do seu pai para comprar uma van a prestação, acaba com uma frota de vans, fica rico, aparece na Caras, tem filhos e netos e morre de uma falha do coração artificial em 2044.

b) descobre, horrorizado, no altar, que o sinalzinho perto do canto da boca era pintado e agora está perto do olho, e pensa em como seria bom se a gente pudesse voltar atrás e corrigir todas as escolhas erradas que fez na vida, mas como saber se a escolha era errada ou não, já que a vida não tem gabarito?

12) O padre pergunta se você aceita a Maria Cristina como sua esposa. Você:

a) diz "sim".

b) foge para Curitiba.
 
 
Luís Fernando Veríssimo

sexta-feira, 8 de abril de 2011

MESMO ANTES DE NASCER, JÁ TINHA ALGUÉM TORCENDO POR VOCÊ

Tinha gente que torcia para você ser menino.

Outros torciam para você ser menina.

Torciam para você puxar a beleza da mãe,

o bom humor do pai.

Estavam torcendo para você nascer perfeito.

Daí continuaram torcendo.

Torceram pelo seu primeiro sorriso, pela

primeira palavra , pelo primeiro passo.

O seu primeiro dia de escola foi a maior torcida.

E de tanto torcerem por você,

você aprendeu a torcer.

Começou a torcer para ganhar muitos presentes e flagrar Papai Noel.

Torcia o nariz para o quiabo e a escarola.

Mas torcia por hambúrguer e refrigerante.

Começou a torcer até para um time.

Provavelmente, nesse dia, você descobriu que tem gente que torce diferente de você. Seus pais torciam para você comer de boca fechada, tomar banho, escovar os dentes,

estudar inglês e piano.

Eles só estavam torcendo para

você ser uma pessoa bacana.

Seus amigos torciam para você usar brinco,

cabular aula, falar palavrão.

Eles também estavam torcendo para você ser bacana.

Nessas horas, você só torcia para não ter nascido.

E por não saber pelo que você torcia, torcia torcido.

Torceu para seus irmãos se ferrarem, torceu para o mundo explodir.

E quando os hormônios começaram a torcer,

torceu pelo primeiro beijo, pelo primeiro amasso.

Depois começou a torcer pela sua liberdade.

Torcia para viajar com a turma, ficar até tarde na rua.

Sua mãe só torcia para você chegar vivo em casa.

Passou a torcer o nariz para as roupas da sua irmã, para as idéias dos

professores e para qualquer opinião dos seus pais.

Todo mundo queria era torcer o seu pescoço.

Foi quando até você começou a torcer pelo seu futuro. Torceu para ser médico, músico, advogado.

Na dúvida, torceu para ser físico nuclear ou jogador de futebol.

Seus pais torciam para passar logo essa fase.

No dia do vestibular, uma grande torcida se formou. Pais, avós, vizinhos, namoradas e todos os santos torceram por você.

Na faculdade, então, era torcida pra todo lado. Para a direita, esquerda, contra a corrupção, a fome na Albânia e o preço da coxinha na cantina.

E, de torcida em torcida, um dia teve um torcicolo de tanto olhar para ela.

Primeiro, torceu para ela não ter outro.

Torceu para ela não te achar muito baixo, muito alto, muito gordo, muito magro.

Descobriu que ela torcia igual a você.

E de repente vocês estavam torcendo para não acordar desse sonho.

Torceram para ganhar a geladeira, o microondas e a grana para a viagem de lua-de-mel.

E daí pra frente você entendeu que a vida é uma grande torcida.

Porque, mesmo antes do seu filho nascer, já tinha muita gente torcendo por ele.

Mesmo com toda essa torcida,

pode ser que você ainda não tenha conquistado

algumas coisas.

Mas muita gente ainda torce por você!

Se procurar bem você acaba encontrando.

Não a explicação (duvidosa), mas a poesia (inexplicável) da vida..’


Carlos Drummond de Andrade

TUDO QUE HOJE PRECISO REALMENTE SABER APRENDI NO JARDIM DE INFÂNCIA

Tudo o que hoje preciso realmente saber, sobre como viver, o que fazer e como ser, eu aprendi no jardim de infância. A sabedoria não se encontrava no topo de um curso de pós-graduação, mas no montinho de areia da escola de todo dia. Estas são as coisas que aprendi lá:


1. Compartilhe tudo.

2. Jogue dentro das regras.

3. Não bata nos outros.

4. Coloque as coisas de volta onde pegou.

5. Arrume a sua bagunça.

6. Não pegue as coisas dos outros.

7. Peça desculpas quando machucar alguém.

8. Lave as mãos antes de comer e reze antes de deitar.

9. Dê descarga.

10. Biscoitos quentinhos e leite fazem bem para você.

11. Respeite o outro.

12. Leve uma vida equilibrada: aprenda um pouco, pense um pouco... e desenhe.. e pinte... e cante... e dance... e brinque... e trabalhe um pouco todos os dias.

13. Tire uma soneca às tardes.

14. Quando sair, cuidado com os carros.

15. Dê a mão e fique junto.

16. Repare nas maravilhas da vida.

17. O peixinho dourado, o hamster, o camundongo branco e até mesmo a sementinha no copinho plástico, todos morrem... nós também.

NOTE:

Pegue qualquer um desses itens, coloque-os em termos mais adultos e sofisticados e aplique-os à sua vida familiar, ao seu trabalho, ao seu governo ou ao seu mundo e verá como ele é verdadeiro, claro e firme. Pense como o mundo seria melhor se todos nós, no mundo todo, tivéssemos biscoitos e leite todos os dias por volta das três da tarde e pudéssemos nos deitar com um cobertorzinho para uma soneca. Ou se todos os governos tivessem como regra básica devolver as coisas ao lugar em que elas se encontravam e arrumassem a bagunça ao sair.

Estas são verdades, não importa a idade.

Ao sair para o mundo é sempre melhor darmos as mãos e ficarmos juntos.

                                                                                                  Pedro Bial

Disponível em: http://www.pailegal.net/ser-pai/131

Como nascem os Paradigmas - Grupo dos Macacos

COMO NASCE UM PARADIGMA

Um grupo de cientistas colocou cinco macacos numa jaula, em cujo centro puseram uma escada e, sobre ela, um cacho de bananas. Quando um macaco subia a escada para apanhar as bananas, os cientistas lançavam um jato de água fria nos que estavam no chão. Depois de certo tempo, quando um macaco ia subir a escada, os outros enchiam-no de pancadas. Passado mais algum tempo, nenhum macaco subia mais a escada, apesar da tentação das bananas. Então, os cientistas substituíram um dos cinco macacos. A primeira coisa que ele fez foi subir a escada, dela sendo rapidamente retirado pelos outros, que o surraram. Depois de algumas surras, o novo integrante do grupo não mais subia a escada. Um segundo foi substituído, e o mesmo ocorreu, tendo o primeiro substituto participado, com entusiasmo, da surra ao novato. Um terceiro foi trocado, e repetiu-se o fato. Um quarto e, finalmente, o último dos veteranos foi substituído. Os cientistas ficaram, então, com um grupo de cinco macacos que, mesmo nunca tendo tomado um banho frio, continuavam batendo naquele que tentasse chegar às bananas. Se fosse possível perguntar a algum deles porque batiam em quem tentasse subir a escada, com certeza a resposta seria: "Não sei, as coisas sempre foram assim por aqui..." Você não deve perder a oportunidade de passar esta história para seus amigos, para que, vez por outra, questionem-se porque estão batendo... "É MAIS FÁCIL DESINTEGRAR UM ÁTOMO DO QUE QUEBRAR UM PARADIGMA". (Albert Einstein)

Disponível em: http://waltercruz.com/log/como-nasce-um-paradigma

quinta-feira, 7 de abril de 2011

DESPEDIDA DO TREMA

Estou indo embora. Não há mais lugar pra mim.

Eu sou o trema

Você pode nunca ter reparado em mim, mas eu estava sempre ali, na Anhangüera, nos aqüíferos, nas lingüiças e seus trocadilhos por mais de quatrocentos e cinqüenta anos. Mas os tempos mudaram. Inventaram uma tal de reforma ortográfica e eu simplesmente tô fora. Fui expulso pra sempre do dicionário. Seus ingratos!

Isso é uma delinqüência de lingüistas grandiloqüentes!

O resto dos pontos e o alfabeto não me deram o menor apoio... A letra U se disse aliviada porque vou finalmente sair de cima dela. O dois-pontos disse que eu sou um preguiçoso que trabalha deitado enquanto ele fica em pé. Até o Cedilha foi a favor da minha expulsão, aquele C cagão que fica se passando por S e nunca tem coragem de iniciar uma palavra. E também aquele obeso do O e o anoréxico do I. Desesperado, tentei chamar o ponto final pra trabalharmos juntos, fazendo um bico de reticências, mas ele negou, sempre encerrando logo todas as discussões. Será que se deixar um topete moicano posso me passar por aspas?

A verdade é que estou fora de moda. Quem está na moda são os estrangeiros, é o K, o W. "Kkk" pra cá, "www" pra lá. Até o jogo da velha, que ninguém nunca ligou, virou celebridade nesse tal de Twitter, que, aliás, deveria se chamar TÜITER.

Chega de argüição, mas estejam certos, seus moderninhos: haverá conseqüências! Chega de piadinhas dizendo que estou "tremendo" de medo.

Tudo bem, vou-me embora da língua portuguesa. Foi bom enquanto durou. Vou para o alemão, lá eles adoram os tremas.

E um dia vocês sentirão saudades. E não vão agüentar.

Nos vemos nos livros antigos. Saio da língua para entrar na história.

Adeus,

Trema.


Disponível em: http://observoeescrevo.blogspot.com/2010/05/despedida-do-trema-texto-de-lucasns.html