CHAPEUZINHO
VERMELHO (VERSÃO DOS CAMPONESES)
Era uma
vez...
Uma garotinha que tinha que levar pão e leite para sua avó. Enquanto caminhava alegremente pela floresta, um lobo apareceu e perguntou-lhe onde ia.
À casa da vovó - respondeu ela prontamente.
O Lobo muito esperto, chegou primeiro à casa, matou a vovó, colocou seu sangue numa garrafa, fatiou sua carne num prato, comeu e bebeu satisfatoriamente, guardou as sobras na despensa, colocou sua camisola e esperou na cama.
Toc. Toc. Toc. Soou a porta.
Entre, minha querida - disse o lobo.
Eu trouxe o pão e o leite para a senhora, vovó - respondeu Chapeuzinho Vermelho.
Entre minha querida. E coma algo, tem carne e vinho na despensa - disse o lobo.
A Menina comeu o que lhe foi oferecido, e enquanto comia o gato de sua vó a observava aos murmúrios:
"Meretriz! Então, comes a carne e bebes o sangue de tua avó com gosto. Ata teu destino ao dela."
Então o Lobo disse:
Dispa-se e venha para cama comigo
O que faço com meu vestido? - questionou Chapeuzinho.
Jogue na lareira. Não precisará mais disso - respondeu o lobo.
E para cada peça de roupa que a garota retirava, copete, anágua, meias, a garota refazia a mesma pergunta, e o lobo respondia:
"Jogue na lareira. Não precisará mais disso"
Então a garota deitou-se ao lado do lobo, e ao sentir o toque do pelo roçar em seu corpo disse:
Como a senhora é peluda vovó – exclamou Chapeuzinho
É para te esquentar, minha neta - respondeu o lobo.
Que unhas grandes a senhora tem!
São para me coçar, minha querida
Que dentes grandes a senhora tem!
São para te comer
E então a devorou.
... Fim.
Uma garotinha que tinha que levar pão e leite para sua avó. Enquanto caminhava alegremente pela floresta, um lobo apareceu e perguntou-lhe onde ia.
À casa da vovó - respondeu ela prontamente.
O Lobo muito esperto, chegou primeiro à casa, matou a vovó, colocou seu sangue numa garrafa, fatiou sua carne num prato, comeu e bebeu satisfatoriamente, guardou as sobras na despensa, colocou sua camisola e esperou na cama.
Toc. Toc. Toc. Soou a porta.
Entre, minha querida - disse o lobo.
Eu trouxe o pão e o leite para a senhora, vovó - respondeu Chapeuzinho Vermelho.
Entre minha querida. E coma algo, tem carne e vinho na despensa - disse o lobo.
A Menina comeu o que lhe foi oferecido, e enquanto comia o gato de sua vó a observava aos murmúrios:
"Meretriz! Então, comes a carne e bebes o sangue de tua avó com gosto. Ata teu destino ao dela."
Então o Lobo disse:
Dispa-se e venha para cama comigo
O que faço com meu vestido? - questionou Chapeuzinho.
Jogue na lareira. Não precisará mais disso - respondeu o lobo.
E para cada peça de roupa que a garota retirava, copete, anágua, meias, a garota refazia a mesma pergunta, e o lobo respondia:
"Jogue na lareira. Não precisará mais disso"
Então a garota deitou-se ao lado do lobo, e ao sentir o toque do pelo roçar em seu corpo disse:
Como a senhora é peluda vovó – exclamou Chapeuzinho
É para te esquentar, minha neta - respondeu o lobo.
Que unhas grandes a senhora tem!
São para me coçar, minha querida
Que dentes grandes a senhora tem!
São para te comer
E então a devorou.
... Fim.
Chapeuzinho Vermelho (por Charles Perrault)
Era uma vez uma jovem aldeã, a mais bonita que fosse dado
ver; a sua mãe era
louca por ela e a avó mais ainda. Esta boa mulher mandou
fazer-lhe um capucho
vermelho, que lhe ficava tão bem que em todo o lado lhe
chamavam Capuchinho
Vermelho.
Um dia a mãe, tendo cozido pão e feito bôlas1, disse-lhe:
«Vai ver como está a tua
avó, porque me disseram que está doente; leva-lhe uma bôla e
este potinho de
manteiga».
Capuchinho Vermelho partiu imediatamente para a casa da avó,
que morava numa
outra aldeia. Ao passar num bosque encontrou o compadre
Lobo, que tinha muita
vontade de comê-la, mas não se atrevia a tal por causa de
alguns lenhadores que
estavam na floresta. Perguntou-lhe aonde ela ia; a pobre
criança, que não sabia que é perigoso deter-se para escutar um Lobo, disse-lhe:
«Vou ver a minha avó e levar-lhe uma bôla com um potinho de
manteiga que a
minha mãe lhe manda».
«Ela mora muito longe?» perguntou o lobo.
«Ó! Sim», disse Capuchinho Vermelho, «é para lá do moinho
que vê lá mesmo ao
fundo, ao fundo, na primeira casa da aldeia».
«Pois bem», disse o Lobo, «eu também quero ir vê-la; vou por
este caminho e tu
vai por aquele, a ver quem chega lá primeiro».
O Lobo desatou a correr com toda a força pelo caminho mais
curto e a jovem foi
pelo caminho mais longo, entretendo-se a colher avelãs, a
correr atrás das borboletas e a fazer ramos com as florezinhas que encontrava.
O Lobo não demorou muito a chegar a casa da avó; bate à
porta: Toc, toc.
«Quem está aí?»
«É a sua pequena, Capuchinho Vermelho», disse o Lobo
disfarçando a voz, «que
lhe traz uma bôla e um potinho de manteiga que a minha mãe
lhe manda».
A boa avó, que estava de cama por se achar adoentada,
gritou-lhe: «Puxa a cavilha,
que o trinco cairá».
O Lobo puxou a cavilha e a porta abriu-se. Ele atirou-se à
velhinha e comeu-a em
menos de nada; porque há três dias que não comia. Depois
fechou a porta e foi-se
deitar na cama da avó, à espera de Capuchinho Vermelho, que
algum tempo depois
veio bater à porta. Toc, toc.
«Quem está aí?»
Capuchinho Vermelho, que ouviu a voz grossa do Lobo,
primeiro teve medo, mas
pensando que a avó estivesse constipada, respondeu: «É a sua
pequena, Capuchinho
Vermelho, que lhe traz uma bôla e um potinho de manteiga que
a minha mãe lhe
manda».
O Lobo gritou-lhe, adoçando um pouco a voz: «Puxa a cavilha,
que o trinco cairá».
Capuchinho Vermelho puxou a cavilha e a porta abriu-se.
O Lobo, vendo-a entrar, disse-lhe enquanto se escondia sob a
colcha: «Põe a bôla e
o potinho de manteiga em cima da masseira e vem deitar-te
comigo».
Capuchinho Vermelho despe-se e vai meter-se na cama, onde
ficou muito
espantada de ver as formas da avó em camisa de noite2; e
disse-lhe:
«Avó, que grandes braços tem!»
«É para melhor te abraçar, minha filha.»
«Avó, que grandes pernas tem!»
«É para correr melhor, minha pequena.»
«Avó, que grandes orelhas tem!»
«É para escutar melhor, minha pequena.»
«Avó, que grandes olhos tem!»
«É para ver melhor, minha pequena.»
«Avó, que grandes dentes tem!»
«É para te comer.»
E, ao dizer estas palavras, o Lobo malvado atirou-se sobre
Capuchinho Vermelho e
comeu-a.
MORALIDADE
Vê-se aqui que crianças jovens, sobretudo moças belas, bem
feitas e gentis, fazem
muito mal em escutar todo o tipo de gente; e que não é coisa
estranha que o lobo
tantas delas coma. Digo o lobo, porque nem todos os lobos
são do mesmo tipo. Há-os
de um humor gracioso, subtis, sem fel e sem cólera, que —
familiares, complacentes e doces — seguem as jovens até às suas casas, até
mesmo aos seus quartos; mas ai!
Quem não sabe que estes lobos melosos são de todos os lobos
os mais perigosos.
Chapeuzinho Vermelho -
Irmãos Grimm
Era uma
vez uma meninazinha mimosa, que todo o mundo amava assim que a via, mas mais
que todos a amava a sua avó. Ela não sabia mais o que dar a essa criança. Certa
vez, ela deu-lhe de presente um capuzinho de veludo vermelho, e porque este lhe
ficava tão bem, e a menina não queria mais usar outra coisa, ficou se chamando
Chapeuzinho Vermelho.
Certo dia,
sua mãe lhe disse:
– Vem cá,
Chapeuzinho Vermelho; aqui tens um pedaço de bolo e uma garrafa de vinho, leva
isto para a vovó; ela está doente e fraca e se fortificará com isto. Sai antes
que comece a esquentar, e quando saíres, anda direitinha e comportada e não
saias do caminho, senão podes cair e quebrar o vidro e a vovó ficará sem nada.
E quando chegares lá, não esqueças de dizer bom-dia, e não fiques espiando por
todos os cantos.
– Vou
fazer tudo como se deve – disse Chapeuzinho Vermelho à mãe, dando-lhe a mão
como promessa.
A avó,
porém, morava lá fora na floresta, a meia hora da aldeia. E quando Chapeuzinho
Vermelho entrou na floresta, encontrou-se com o lobo. Mas Chapeuzinho Vermelho
não sabia que fera malvada era aquela, e não teve medo dele.
– Bom-dia,
Chapeuzinho Vermelho – disse ele.
– Muito
obrigada, lobo.
– Para
onde vai tão cedo, Chapeuzinho Vermelho?
– Para a
casa da vovó.
– E o que
trazes aí debaixo do avental?
– Bolo e
vinho. Foi assado ontem, e a vovó fraca e doente vai saboreá-lo e se fortificar
com o vinho.
–
Chapeuzinho Vermelho, onde mora a tua avó?
– Mais um
bom quarto de hora adiante no mato, debaixo dos três grandes carvalhos, lá fica
a sua casa; embaixo ficam as moitas de avelã, decerto já sabes isso – disse
Chapeuzinho Vermelho.
O lobo
pensou consigo mesmo: “Esta coisinha nova e tenra, ela é um bom bocado que será
ainda mais saboroso do que a velha. Tenho de ser muito esperto, para apanhar as
duas”.
Então ele
ficou andando ao lado de Chapeuzinho Vermelho e logo falou:
–
Chapeuzinho Vermelho, olha só para as lindas flores que crescem aqui em volta!
Por que não olhas para os lados? Acho que nem ouves o mavioso canto dos
passarinhos! Andas em frente como se fosses para a escola, e no entanto é tão
alegre lá no meio do mato.
Chapeuzinho
Vermelho arregalou os olhos, e quando viu os raios de sol dançando de lá para
cá por entre as árvores, e como tudo estava tão cheio de flores, pensou: “Se eu
levar um raminho de flores frescas para a vovó, ela ficará contente; ainda é
tão cedo, que chegarei lá no tempo certo”.
Então ela
saiu do caminho e correu para o mato, à procura de flores. E quando apanhava
uma, parecia-lhe que mais adiante havia outra mais bonita, e ela corria para
colhê-la e se embrenhava cada vez mais pela floresta adentro.
O lobo,
porém, foi direto para a casa da avó e bateu na porta.
– Quem
está aí fora?
– É
Chapeuzinho Vermelho, que te traz bolo e vinho, abre!
– Aperta a
maçaneta – disse a vovó –, eu estou muito fraca e não posso me levantar.
O lobo
apertou a maçaneta, a porta se abriu, ele foi, sem dizer uma palavra, direto
para a cama da vovó e engoliu-a. Depois, ele se vestiu com a roupa dela, pôs a
sua touca na cabeça, deitou-se na cama e puxou o cortinado.
Chapeuzinho
Vermelho, porém, correu atrás das flores, e quando juntou tantas que não podia
carregar mais, lembrou-se da vovó e se pôs a caminho da sua casa. Admirou-se ao
encontrar a porta aberta, e quando entrou, percebeu alguma coisa tão estranha
lá dentro, que pensou: “Ai, meu Deus, sinto-me tão assustada, eu que sempre gosto
tanto de visitar a vovó!”.
E ela
gritou:
– Bom-dia!
Mas não
recebeu resposta. Então ela se aproximou da cama e abriu as cortinas. Lá estava
a vovó deitada, com a touca bem afundada na cabeça, e um aspecto muito
esquisito.
– Ai,
vovó, que orelhas grandes que você tem!
– É para
te ouvir melhor!
– Ai,
vovó, que olhos grandes que você tem!
– É para
te enxergar melhor.
– Ai,
vovó, que mãos grandes você tem!
– É para
te agarrar melhor.
– Ai,
vovó, que bocarra enorme que você tem!
– É para
te devorar melhor.
E nem bem
o lobo disse isso, deu um pulo da cama e engoliu a pobre Chapeuzinho Vermelho.
Quando o
lobo satisfez a sua vontade, deitou-se de novo na cama, adormeceu e começou a
roncar muito alto. O caçador passou perto da casa e pensou: “Como a velha está roncando
hoje! Preciso ver se não lhe falta alguma coisa”. Então ele entrou na casa, e
quando olhou para a cama, viu que o lobo dormia nela.
– É aqui
que eu te encontro, velho malfeitor – disse ele –, há muito tempo que estou à
tua procura.
Aí ele
quis apontar a espingarda, mas lembrou-se de que o lobo podia ter devorado a
vovó, e que ela ainda poderia ser salva. Por isso, ele não atirou, mas pegou
uma tesoura e começou a abrir a barriga do lobo adormecido. E quando deu
algumas tesouradas, viu logo o vermelho do chapeuzinho, e mais um par de
tesouradas, e a menina saltou para fora e gritou:
– Ai, como
eu fiquei assustada, como estava escuro lá dentro da barriga do lobo!
E aí
também a velha avó saiu para fora ainda viva, mal conseguindo respirar. Mas
Chapeuzinho
Vermelho trouxe depressa umas grandes pedras, com as quais encheu a barriga do
lobo. Quando ele acordou, quis fugir correndo, mas as pedras eram tão pesadas,
que ele não pôde se levantar e caiu morto.
Então os
três ficaram contentíssimos. O caçador arrancou a pele do lobo e levou-a para
casa, a vovó comeu o bolo e bebeu o vinho que Chapeuzinho Vermelho trouxera, e
logo melhorou, mas Chapeuzinho Vermelho pensou: “Nunca mais eu sairei do
caminho sozinha, para correr dentro do mato, quando a mamãe me proibir fazer
isso”.
amei
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