Setembro
Terça-feira: Em
primeiro lugar, quero esclarecer uma coisa: isto é um LIVRO DE MEMÓRIAS, não um
diário. Eu sei o que diz na capa, mas, quando a mamãe saiu para comprar essa
coisa, eu disse ESPECIFICAMENTE que queria um caderno sem a palavra “diário”
escrita nele. Ótimo. Tudo que eu preciso é que um idiota me pegue com este
livro e entenda errado. A outra coisa que eu quero esclarecer agora mesmo é que
isso foi ideia da minha MÃE, não minha. Mas se ela acha que eu vou escrever
meus “sentimentos” aqui ou coisa do tipo, ela está louca. Então, só não espere
que eu seja todo “Querido Diário” isso, “Querido Diário” aquilo.
A única
razão de eu ter aceitado isso é porque imagino que, mais para a frente, quando
eu for rico e famoso, vou ter coisas melhores para fazer do que ficar
respondendo a perguntas bestas o dia inteiro. Daí este livro vai vir a calhar.
Como eu
disse, um dia vou ser famoso, mas por enquanto estou preso no ensino
fundamental com uma cambada de débeis.
Só quero
dizer aqui que eu acho o ensino fundamental a ideia mais estúpida já inventada.
Você tem garotos como eu que ainda não deram aquele disparo no crescimento
misturados com esses gorilas que têm de se barbear duas vezes por dia. E depois
se perguntam por que tem tanto valentão no ensino fundamental. Se fosse por
mim, os anos letivos se baseariam na altura e não na idade. Mas, por outro
lado, acho que garotos como o Chirag Gupta ainda estariam no primeiro ano se
fosse assim.
Hoje é o
primeiro dia de aula, e agora só estamos esperando que o professor acabe logo
de decidir quem senta onde. Então, pensei que podia escrever neste livro para
passar o tempo. Aliás, deixe-me lhe dar um bom conselho. No primeiro dia de
aula, você tem que tomar cuidado onde senta. Você entra na classe, joga suas
coisas em qualquer carteira e, quando vê, o professor está dizendo:
- Espero
que todos gostem de onde estão, pois estes são seus lugares permanentes.
Assim,
nesta classe, acabei com o Chris Hosey na minha frente e o Lionel James atrás.
Jason
Brill chegou atrasado e quase sentou à minha direita, mas, por sorte, na última
hora eu consegui evitar isso. Na próxima aula eu deveria me sentar no meio de
umas garotas bonitinhas assim que entrasse na sala. Mas acho que se eu fizesse
isso só iria provar que não aprendi nada com o ano passado.
Cara, eu não sei O QUE essas garotas têm na cabeça hoje em
dia. As coisas eram bem mais simples no ano passado: se você fosse o corredor mais
rápido, ficava com todas. E no quinto ano, o mais rápido era o Ronnie McCoy. Hoje
em dia, é bem mais complicado. Agora depende das roupas que você usa ou do
quanto você é rico ou se você tem uma bunda bonitinha ou sei lá mais o quê. E
garotos como o Ronnie McCoy estão coçando a cabeça, se perguntando o que
aconteceu. O menino mais popular do meu ano é o Bryce Anderson. O pior é que eu
SEMPRE gostei de garotas, e meninos como o Bryce só começaram a se interessar
por elas nos últimos dois anos.
Eu me
lembro de como o Bryce agia antes. Mas é claro que agora eu não ganho nenhum crédito
por ter ficado do lado das meninas por todo esse tempo. Como eu falei, Bryce é
o garoto mais popular do nosso ano, então isso deixa o resto lutando pelas
outras posições. Pelas minhas estimativas, sou o 52º ou 53º mais popular deste
ano. E o melhor é que eu vou subir uma posição porque o Charlie Davies, que
está acima de mim, vai pôr aparelho na semana que vem. Eu tento explicar toda
essa história de popularidade para o meu amigo Rowley (que está provavelmente
lá pelo 150º lugar, aliás), mas acho que entra por uma orelha e sai pela outra.
Trecho inicial do livro “Diário de um Banana”, de Jeff Kinney.
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