sábado, 24 de novembro de 2012

PALAVRAS DE ORIGEM TUPI NA LÍNGUA PORTUGUESA

O texto abaixo se refere a uma pesquisa que realizei para contribuir em minha escola com um evento voltado à valorização da cultura e história indígena.


Palavras de origem Tupi na Língua Portuguesa

Quando falamos de línguas indígenas, a primeira coisa que se pensa é que todos os povos falam Tupi.
Isto não está correto. O Tupi é um tronco linguístico e não uma língua. Esta confusão acontece porque muitas palavras do vocabulário brasileiro têm origem nas línguas da família Tupi-Guarani.
Além disso, existem mais de 180 línguas e dialetos indígenas no Brasil.
A
Abacaxi : fruta cheirosa, rescendente.
Arapuca: armadilha para aves.
B
Bauru: o cesto de frutas.
Biboca: moradia humilde.
C
Caju: “ano”, pois o tempo era contado por frutificações dessa planta.
aguará, aguaraçu, mamífero (lobo) dos cerrados e pampas (açu).

Canoa: embarcação a remo, esculpida no tronco de uma árvore; uma das primeiras palavras indígenas registradas pelos descobridores espanhóis.
Capenga: pessoa coxa, manca.
Catapora: o fogo interno, febre eruptiva, erupção.
Cupim: térmita, cupim.
Curumim: menino.
G
Gambá: a barriga oca.
Guará : (1) iguara, ave das águas, pássaro branco de mangues e estuários.
Guarani(1): raça indígena do interior da América do Sul tropical, habitante desde o Centro Oeste brasileiro até o norte da Argentina, pertencente à grande nação tupi-guarani; (2): grupo linguístico pertencente ao grande ramo tupi-guarani, porém mais característico dos indígenas do centro da América do Sul.
Guri: bagre jovem.
I
Ipanema: lugar fedorento
Ipiranga: rio vermelho.
J

Jacaré: sinuoso, com curvas.
Jaboti: aquele que tem muito fôlego.
L
Lengalenga: muita conversa, conversa fiada.
M
Mandioca: aipim, macaxeira, raiz que é principal alimento dos índios brasileiros.
Maracá: chocalho usado em solenidades.
N
Nhenhenhém:  falação, falar muito, tagarelice.
O
Oi: saudação tupi.
Oca: cabana ou palhoça, casa de índio (ocara, manioca).
P
Perereca: andar aos saltos.
Piá: o fruto das entranhas.
Pipoca: grão de milho que se arrebenta em flor por efeito da torra.
Pitanga: vermelho.
S
Saúva: espécie de formiga.
T
Tapera: aldeia abandonada; casa em ruínas.
Tiririca: arrastando-se, alastrando-se, erva daninha que se alastra com rapidez.
Tupi (1): povo indígena que habita(va) o Norte e o Centro do Brasil, até o rio Amazonas e até o litoral; (2): um dos principais troncos linguísticos da América do Sul, pertencente à família tupi-guarani.
X
Xará: tirado do meu nome.
Xavante: tribo indígena pertencente à família linguística jê. Ocupa extensa área, limitada pelos rios Culuene e das Mortes, Mato Grosso.
Vê-se, dos exemplos, que nós brasileiros conhecemos muitas palavras tupis, assim como internalizamos muitos hábitos e costumes desses nossos ancestrais, tais como: tomar banho todos os dias; andar um atrás dos outros; dormir em rede; andar enfeitado, pintado; usar roupa colorida; utilizar objetos feitos de barro e cipó; beber aluá; comer paçoca, farofa, pamonha, mucunzá. Enfim, há tanta herança indígena que não nos damos conta de sua extensão em nossas vidas. Mas sempre é bom lembrar o legado que tanto enriqueceu a cultura e os povos do Brasil.

 Sites consultados:





Se desejar adquirir livros sobre Tupi com bons preços, clique aqui.

sábado, 15 de setembro de 2012

VERSÕES DO POEMA QUADRILHA

QUADRILHA

João amava Teresa que amava Raimundo

que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili

que não amava ninguém.

João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento,

Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,

Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes

que não tinha entrado na história.    


Carlos Drummond de Andrade    


QUADRILHA DA SUJEIRA    


João joga um palitinho de sorvete na

rua de Teresa que joga uma latinha de

refrigerante na rua de Raimundo que

joga um saquinho plástico na rua de

Joaquim que joga uma garrafinha

velha na rua de Lili.



Lili joga um pedacinho de isopor na

rua de João que joga uma embalagenzinha

de não sei o que na rua de Teresa que

joga um lencinho de papel na rua de

Raimundo que joga uma tampinha de

refrigerante na rua de Joaquim que joga

um papelzinho de bala na rua de J. Pinto

Fernandes que ainda nem tinha

entrado na história.



 Ricardo Azevedo , Você Diz que Sabe Muito, Borboleta Sabe Mais,

publicado pela Fundação Cargill.


COPA DRUMMOND



Argentina ganhou da Coreia,

que ganhou da Grécia,

que ganhou da Nigéria

que não ganhou de ninguém.


Laura dos Santos Boeira, Poemas no Ônibus e no Trem


domingo, 6 de maio de 2012

OS TRÊS IRMÃOS - UM CONTO AFRICANO

Por Rogério Andrade BarbosaTrês irmãos, há muito e muito tempo, viviam em uma pequena aldeia no antigo reino do Congo. Os rapazes eram perdidamente apaixonados pela princesa real. Mas, como eram simples aldeões, sabiam que nenhum deles poderia se casar com a moça.
Desiludidos, os três saíram mundo afora, em busca de uma nova vida. Andaram, andaram e andaram, durante dias e noites infindáveis, através de florestas e desertos, até alcançarem um povoado oculto entre as montanhas. Apavorados, descobriram que o misterioso lugar era habitado por seres dotados de poderes sobrenaturais.
Os três, imediatamente, foram aprisionados e obrigados a trabalhar como escravos. Como um sempre ajudava os outros, todas as tarefas foram concluídas. Por isso, após um ano de cativeiro, foram soltos. E, como prêmio pelos serviços prestados, cada um recebeu um presente mágico.
O irmão mais velho ganhou um espelho, no qual podia ver qualquer coisa que estivesse acontecendo. O do meio ganhou um tapete voador, capaz de levar seu dono aos lugares mais distantes, numa velocidade impressionante. E o irmão mais novo ganhou uma rede de malhas de aço, com a qual podia capturar o que quisesse.
À noite, o irmão mais velho viu em seu espelho que a princesa, por quem ainda eram enamorados, iria se casar naquele exato instante com um monstro que havia se disfarçado de humano.
Os três, na mesma hora, subiram no tapete do irmão do meio e, cruzando os ares, chegaram bem a tempo de interromper a cerimônia. E, graças à rede do irmão mais novo, aprisionaram o monstro.
O rei, agradecido, resolveu dar a filha em casamento a um dos rapazes. Mas ele, pensou, pensou e não conseguiu escolher nenhum dos três. Pois, de acordo os conselheiros reais, todos os irmãos haviam tido um papel importante.
Eu também, quando conto esta história, sempre fico na dúvida. E você leitor? Em sua opinião, qual dos três irmãos merece receber a mão da bela princesa? O dono do espelho, o do tapete ou o da rede? Por quê?

Se desejar adquirir livros de contos africanos com bons preços, clique aqui.

sábado, 5 de maio de 2012

MENSAGEM PARA O DIA DAS MÃES - SE TODAS AS COISAS FOSSEM MÃE


CÃO! CÃO! CÃO!

                                                                                 Millôr Fernandes

Abri a porta e vi meu amigo que há tempo não via. Estranhei apenas que ele viesse acompanhado de um cão. Cão não muito grande, mas bastante forte, de raça indefinida, saltitante e com um ar alegremente agressivo. Cumprimentei meu amigo com entusiasmo. Ele, com uma expressão de felicidade, abraçou-me calorosamente e já começou a contar as novidades.

Aproveitando as saudações, o cão se embarafustou casa adentro e logo o barulho na cozinha demonstrava que ele tinha quebrado alguma coisa. Eu encompridei um pouco as orelhas, mas o meu amigo fez um ar de que a coisa não era com ele.

O cão passou pela sala, o tempo passou pela conversa, o cão entrou no quarto e novo barulho de coisa quebrada. Esbocei um sorriso amarelo, esforçando-me para conter o nervosismo. Já o meu amigo mantinha uma postura de indiferença.

De repente, o cão saltou sobre um móvel, derrubou o abajur, trepou com as patas sujas no sofá (o tempo passando) e deixou lá as ma
Por fim, o meu amigo se foi. Mas ainda ia indo quando eu lhe perguntei:

 — Não vai levar o seu cão?

— Cão? Cão? Cão? — pôs-se a repetir ele, admirado. — Ah, não! Não é meu não. Quando eu entrei, ele entrou naturalmente comigo e eu pensei que fosse seu. Não é seu, não?

sábado, 28 de abril de 2012

Palavras ao Vento - Pedro Bial



Pedro Bial


A primeira letra do alfabeto é também a primeira letra da palavra
amor e se acha importantíssima por isso!
Com A se escreve "arrependimento" que é uma inútil vontade de
pedir ao tempo para voltar atrás e com A se dá o tipo de tchau
mais triste que existe: "adeus"... Ah, é com A que se faz
"abracadabra", palavra que se diz capaz de transformar sapo em
príncipe e vice-versa...
Com B se diz "belo" - que é tudo que faz os olhos pensarem ser
coração; e se dá a "bênção", um sim que pretende dar sorte.
Com C, "calendário", que é onde moram os dias e o "carnaval",
esta oportunidade praticamente obrigatória de ser feliz com data
marcada. "Civilizado" é quem já aprendeu a cantar ´parabéns pra
você` e sabe o que é "contrato": "você isso, eu aquilo, com
assinatura embaixo".
Com D , se chega à "dedução", o caminho entre o "se" e o
"então"... Com D começa "defeito", que é cada pedacinho que
falta para se chegar à perfeição e se pede "desculpa", uma
palavra que pretende ser beijo.
E tem o E de "efêmero", quando o eterno passa logo; de
"escuridão", que é o resto da noite, se alguém recortar as
estrelas; e "emoção", um tango que ainda não foi feito. E tem
também "eba!", uma forma de agradecimento muito utilizada por
quem ganhou um pirulito, por exemplo...
F é para "fantasia", qualquer tipo de "já pensou se fosse
assim?"; "fábula", uma história que poderia ter acontecido de
verdade, se a verdade fosse um pouco mais maluca; e "fé", que é
toda certeza que dispensa provas.
A sétima letra do alfabeto é G, que fica irritadíssima quando a
confundem com o J. G, de "grade", que serve para prender todo
mundo - uns dentro, outros fora; G de "goleiro", alguém em quem
se pode botar a culpa do gol; G de "gente": carne, osso, alma e
sentimento, tudo isso ao mesmo tempo.
Depois vem o H de "história": quando todas as palavras do
dicionário ficam à disposição de quem quiser contar qualquer
coisa que tenha acontecido ou sido inventada.
O I de "idade", aquilo que você tem certeza que vai ganhar de
aniversário, queira ou não queira.
J de "janela!, por onde entra tudo que é lá fora e de "jasmim",
que tem a sorte de ser flor e ainda tem a graça de se chamar
assim.
L de "lá", onde a gente fica pensando se está melhor ou pior do
que aqui; de "lágrima", sumo que sai pelos olhos quando se
espreme o coração, e de "loucura", coisa que quem não tem só
pode ser completamente louco.
M de "madrugada", quando vivem os sonhos...
N de "noiva", moça que geralmente usa branco por fora e vermelho
por dentro.
O de "óbvio", não precisa explicar...
P de "pecado", algo que os homens inventaram e então inventaram
que foi Deus que inventou.
Q, tudo que tem um não sei quê de não sei quê.
E R, de "rebolar", o que se tem que fazer pra chegar lá.
S é de "sagrado", tudo o que combina com uma cantata de Bach; de
"segredo", aquilo que você está louco pra contar; de "sexo":
quando o beijo é maior que a boca.
T é de "talvez", resposta pior que ´não`, uma vez que ainda
deixa, meio bamba, uma esperança... de "tanto", um muito que até
ficou tonto... de "testemunha": quem por sorte ou por azar, não
estava em outro lugar.
U de "ui", um ài" que ainda é arrepio; de "último", que anuncia
o começo de outra coisa; e de "único": tudo que, pela facilidade
de virar nenhum, pede cuidado.
Vem o V, de "vazio", um termo injusto com a palavra nada; de
"volúvel", uma pessoa que ora quer o que quer, ora quer o que
querem que ela queira.
E chegamos ao X, uma incógnita... X de "xingamento", que é uma
palavra ou frase destinada a acabar com a alegria de alguém; e
de "xô", única palavra do dicionário das aves traduzida para o
português.
Z é a última letra do alfabeto, que alcançou a glória quando foi
usada pelo Zorro... Z de "zaga", algo que serve para o goleiro
não se sentir o único culpado; de "zebra", quando você esperava
liso e veio listrado; e de "zíper", fecho que precisa de um bom
motivo pra ser aberto; e de "zureta", que é como fica a cabeça
da gente ao final de um dicionário inteiro.

OLIMPÍADAS DE LÍNGUA PORTUGUESA

As inscrições para as Olimpíadas de Língua Portuguesa 2012 estão abertas. É muito importante participar, pois trata-se de um jeito de se reforçar a qualidade de ensino nas escolas públicas de nosso país.

Podem se inscrever professores que trabalhem na disciplina de Língua Portuguesa do 4º ao 9º ano do Ensino Fundamental ou no Ensino Médio em escolas municipais, estaduais ou federais.

Há premiações para alunos, professores e escolas, sendo que a inscrição já vale um kit de material didático para a escola e uma assinatura da revista na ponta do lápis para o professor.

As inscrições devem ser feitas pelo link http://www.escrevendo.cenpec.org.br/index.php?option=com_olimpiada&controller=usuario&task=form_inscricao_dados_professor até dia 25 de maio.

Maiores informações podem ser conferidas através do regulamento clicando ao lado:  http://www.escrevendo.cenpec.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=28&Itemid=20


sábado, 21 de abril de 2012

A HERANÇA DA CRIANÇA

                                                Paulo César Dantas de Oliveira

Vejam o que o Homem deixará para nós: uma bola.


Mas a bola está velha, está suja,

Está murchando, está morrendo.

Ele a fez com concreto e cimento.

Sem amor, sem sentimento.

A bola está perdida num espaço sem fim.

Sem rumo ou destino.

Teremos que

Limpá-la,

Renová-la,

Revivê-la.

Teremos que enchê-la de novo.

Não com concreto e cimento.

Mas com amor e sentimento.

Daremos a ela um novo rumo e um novo destino.

A bola será o brinquedo de todas as pessoas:

Homens e mulheres, velhos e crianças.

Faremos isso, ou então,

A herança deixada por nós

Será um grande vazio na escuridão.



Fonte: RADESPIEL, Maria. Alfabetização sem segredos: Meio Ambiente. 1 ed. Vol. 1. MG: Editora Iemar Ltda. 2004. p. 46

sábado, 14 de abril de 2012

A VELHA QUE MORA LÁ EM CASA

                                                                                              Elsa B. Pithan

Na minha casa mora uma velha que me dá um trabalhão danado. Ela acorda quase todos os dias lá pelas 6:35h na mesma hora dos barulhentos vizinhos do andar de cima. Vira-se e revira-se, abre e fecha os olhos, mas vai ter que se levantar. Ela não escolhe hora para me incomodar. Durante a noite levanta-se duas a três vezes para ir ao banheiro. No verão, ainda vá lá... mas no inverno! E sempre derruba algo que na calada da noite faz um barulhão para os outros moradores.

Na hora do café da manhã fica amuada se não tem uma banana e um pouco de mel com canela e linhaça moída, bom para os intestinos. Só toma chá – erva-doce, pata-de-vaca, 7-sangrias, macela, funcho, guaco.

Olha para o assoalho, pega a vassoura e varre a casa até nos cantinhos. Aí a coluna começa a doer e a ciática dá sinais de insatisfação. Passa Rhus Tox e se mete a tirar o pó. Desanda a espirrar. São os ácaros. O nariz entope. Ela junta as pontinhas do dedo polegar e do fura-bolo da mão direita e aperta bem, e com os outros dois dedos da mão esquerda aperta bem em cima das unhas desses dois por uns dois minutinhos e respira fundo. É o do-in que a amiga Elvirinha ensinou. O nariz desentope. E o banho?! É uma cena! – “Vou tomar perto do meio-dia que é mais quente. Xi, mas hoje tem vento!” Então fecha as janelas todas. Telefone toca. Ensaboada, enrola-se numa toalha e vai atender. Pode ser a filha. Não é. É um tal de Cláudio vendedor do filtro de água Europa. Diz que não bebe água, só chá e desliga. Pobre do cristão, precisa trabalhar para viver. Volta para o banho.

No almoço, gostoso como sempre, almôndegas com spaghetti al sugo. Saboreia. Toma um gole de vinho da Salton enquando mastiga um pedacinho de chuchu cru – bom para a pressão - o soluço começa, 3, 4, 5 soluços, respira fundo, mais um golinho de vinho e passa. Mas fico assustada. Esqueço a velhice dela. Ah! E não passa sem uma laranja de sobremesa. Não come doces. Só quando almoça na Zilah ou na Elvirinha. Elas fazem o doce que ela gosta – ambrosia e arroz doce. Quando chega em casa vai ligeiro preparar um chá de pata-de-vaca que é bom contra os males do açúcar.

É exigente com a TV. Só assiste programas elitizados (e são poucos), o que ela mais gosta é o do Tio Ronnie na TV Gazeta, que amor. E quando vai sair, então, não dá para aguentar. Só entra em lugares que não usam ar condicionado e jura que o vírus da Gripe Suína, que mudou de nome por motivos financeiros, está alojado também no ar condicionado dos aviões. Este e mais outros vírus. Ela sabe. Um sobrinho viajou com rubéola e havia uma grávida a bordo. E aí se enche de medo. Só anda com lenço de pescoço para tapar nariz e a boca quando acha que tem perigo a vista. Fica angustiada. O sintoma todo é de TPM. Nostálgico, claro. Naquela idade!

E quando dá para ficar alegre então, toma conta da conversa e se exibe o que dá. Diz certas coisas que me deixa admirada. A velha é sábia de vez em quando. Na janta os outros comem. Ela toma chá numa cuia de chimarrão. “Chámarrão” como diz, e pão com mel ou queijo de cabra. O de vaca nem pensar. Tem intolerância a lactose. Nem queijo, nem manteiga, creme de leite. Nauseante.

A gente se encontra no banheiro. Na parede tem um espelho grande, e eu penso enquanto olho as rugas e o cabelo todo branco e aqueles olhos verdes, ainda com um resquício de brilho.

“Bah! Quem te viu e quem te vê.” Então suspiro e digo – “Bom, vamos dormir, né.”