sábado, 5 de março de 2011

ÁRVORE DOS DESEJOS - Atividade para primeiros dias de aula

Objetivos: Levar os alunos a refletirem sobre o ambiente em que estão inseridos.


Conteúdo: Produção textual

Métodos/ estratégias: Representar uma árvore no papel pardo ou cartolina; afixá-la no painel ou parede. Em cima da árvore, escrever as seguintes questões:

“No ano de 2011...

* O que desejo para mim?
* O que desejo para minha escola?
* O que desejo para o mundo?”

Cada aluno receberá três "folhas da árvore" (confeccionadas em papel verde) para escrever cada um de seus desejos. Depois, cada aluno irá colar, sob orientação da professora, sua folha na
árvore dos desejos. A árvore será fixada na parede da sala de aula por algum tempo e voltará a ser trabalhada no final do ano.

Quando a árvore estiver pronta, os alunos seráo convidados a ler todos os desejos da turma. A partir do que o aluno visualizar na árvore, deverá redigir um texto em que desenvolva um dos assuntos apresentados por ele (um de seus desejos), podendo falar de todos os desejos citados, de apenas um ou dos desejos da turma em geral. A árvore poderá ficar decorando a sala de aula ou um mural da escola. As redações devem ser guardadas e retomada ao final do ano, quando se deverá contrapor o que foi desejado e o que foi conquistado.

Material: árvore e folhas em papel colorido com base em cartolina ou papel pardo.

Avaliação: A produção textual será guardada até o final do ano para que seja reescrita e a avaliação será a comparação entre os dois textos a fim de se ter um diagnóstico do crescimento do aluno no decorrer do ano.

REFLEXÃO SOBRE COMPREENSÃO DE TEXTOS E ENUNCIADOS DE EXERCÍCIOS

Objetivos: Compreender de forma lúdica a importância de se ler um texto com atenção; aprender a seguir as ordens dos exercícios.

Conteúdo: Compreensão textual.
Métodos/ Estratégias: Será entregue ao aluno uma folha com exercícios para que sejam feitos. Todos deverão iniciar a tarefa juntos, ficando a folha virada sobre a mesa até a professora indicar o início da atividade. Assim a tarefa será realizada em forma de competição: aquele que entregar primeiro a folha para a professora cumprindo as ordens de cada enunciado corretamente receberá um prêmio ou apenas o título de vencedor. No decorrer do exercício, deverão ser respeitadas algumas regras como não conversar com os colegas, não tentar copiar o que os outros estão fazendo e não apagar quando perceber algum erro.  A folha entregue terá as tarefas abaixo (lembrando que apenas a primeira a última questão precisa ser conforme consta no esquema abaixo, as demais poderão variar livremente):


1- Leia atentamente todas as questões abaixo e, ao final, faça o que se pede.
2- Escreva o seu nome no espaço abaixo.

3- Responda: O que você fez nas férias?

4- Escreva 5 palavras com Ç.

5- Circule a palavra que possui maior número de letras: OVO , OSSO , GROSSO.

6- Escreva a data do seu nascimento (dd/mm/aa)

7- Escreva o nome de todas as escolas onde você já estudou.

8- Responda: O que vem primeiro o ovo ou a galinha?

9- Faça uma lista contendo o nome de todos os professores de Português que você já teve.
10- Agora que você leu atentamente a todas as perguntas conforme mandava a questão 1, não é necessário respondê-las. Apenas entregue a folha em branco para a professora e aguarde em silêncio.

Após o término, a professora deverá explicar detalhadamente porque não era necessário responder as questões de 2 a 9 e fazer um comentário sobre a importância de se ler atentamente a um texto ou enunciado de exercício.

Recursos didáticos: Material impresso com as questões.

Avaliação: O fundamental nesta atividade é alertar e conscientizar os alunos. Em geral, eles ficam muito admirados por ser uma pegadinha, por isso mesmo aqueles que "cairam" no pega-ratão terão compreendido a mensagem da tarefa se demonstrarem algum tipo de admiração ou espanto diante da parte final da atividade.

quinta-feira, 3 de março de 2011

A DOR AZUL

A menina sentia uma dor azul, todos os dias, ali pelas cinco horas da tarde.
Não era uma dor grandona de puxar o choro pra fora.
Era só uma dorzinha. Mas era bem azulzona.
Achavam que era maluquice.
“Dor não tem cor!”
Mas como a dor não passava, começaram a achar que ela doía mesmo.
Levaram a menina para todos os médicos do mundo, fizeram todos os exames que existiam, e ninguém descobriu o que era aquilo. Procuraram então um psicólogo e é claro que ele achou que aquilo era psicológico.
A dor azul não queria nem saber. Ia e vinha.
Sempre na mesma hora.
Os anos foram passando e o azul da dor continuava colorindo as tardes da menina. Só as tardes.
De manhã ela sentia uma saudade lilás. E à noite, um desejo prata que ela não sabia bem de quê.
A menina cresceu. E um dia conheceu um rapaz que sentia uma vontade violeta de espirrar nas manhãs nubladas.
Eles se gostaram, um gostar laranja que foi se avermelhando sem parar, até que se casaram, numa noite dourada de alegria, cheia de luzinhas roxas de paixão.
Um ano depois, numa madrugada de cheiros cor-de-rosa, ela teve uma filhinha. E nunca ela tinha sentido um carinho tão verde em toda a sua vida.
A filha da menina, quando cresceu, herdou a vontade violeta de espirrar do pai e, da mãe, o desejo prateado.
A dor azul nunca mais apareceu.
E a menina, que já era uma mulher, descobriu que o nome da dor azul, como está no dicionário, é desassossego.
E que esse desassossego queria dizer, mais ou menos, em palavras de adulto:
“Como será que vai ser a minha vida daqui pra frente?”

Falcão, Adriana. "Sete histórias para contar". São Paulo: Moderna, 2008.